Agradecemos a Francisco Repetto el envío de esta revista.
Según costumbre de la época la diva sólo aparece en la portada de esta revista mexicana.
EL RECORTE LXXIV
'La Bella Lola', como todas las películas de Sara, llevaron a la actriz a ocupar portadas y artículos en revistas de todo el mundo. En este caso es la revista portuguesa PLATEIA, la que el 10 de Diciembre de 1962, incluye una entrevista a la actriz con motivo del próximo estreno de la película en este país. Además la actriz aclara la polémica sobre su próxima gira internacional, que dicen, comenzará en Angola...
SARITA MONTIEL
esclarece:
“NADA SEI DESSA MINHA ANUNCIADA DISGRESSAO MUNDIAL A
COMECAR EM ANGOLA E QUE ESTOU PRESTES A INICIAR”
A chegada à
capital da Catalunha da mais internacional das espanholas, obedeceu a duas
razoes concretas: a primeira asistir à estreia do seu último filme ‘La Bella
Lola’; e a segunda, cantar pela primera vez em público, contribuindo com a
receita da sua parte no espectáculo, a favor dos sinistrados das recentes
inundacoes que assolaram varios pontos da regiao de Barcelona.
Sarita Montiel
recebe o jornalista no salao amplo e confortável que ocupa no hotel. Um olhar
em redor, e sobressaem as flores das mais diversas procedências. Flores de
gente abastada e de gente simples. Flores deste povo español que tanto acarinha
a sua ESTRELA.
Na intimidade
Sarita é uma mulher simples. Veste um ‘pull-over’ verde, uma saia plissada,
meias e sapatos de meio salto, o rosto sem ‘maquilhagem’, sem sinais de
productos de beleza. Nem sequer, nos lábios, o leve toque de um baton. Um
penteado extremamente fácil remata o aspecto singelo, mas elegante da estrela.
Sem perda de
tempo –e depois de uma aviso à telefonista do hotel para que deixe o aparelho
em paz- Sarita acede a responder às nossas perguntas.
-Já terminou ‘La
Reina del Chantercler’?
-Sim,
acabei-a agora em Madrid, antes de vir para Barcelona.
-Neste filme
volta a ser a mesma de sempre?
-Sim,
mais ou menos… Interpreto a Bella Chelito, vivendo a sua vida como julgo que
ela a viveu.
-Como se sente
com a estreia de ‘La Bella Lola’ anunciada para amanha?
-Sinto-me
perfeitamente, mas como vou cantar pela primeira vez em público, ainda acabo
por ficar nervosa como uma colegial que fosse ser examinada por catedráticos
graves e bigodudos… Mas de uma coisa estou certa: darei o máximo de mim mesma.
-Fala-se em que
vai fazer uma digressao mundial a comecar por Angola…
-Nao
posso senao asombrar-me com um boato infundado que nao imagino donde vem nem de
quem possa ter partido. Devo dizer que nao tenho a menor ideia sobre tal
digressao. Enfim, nao fui consultada e oficialmente nada sei.
-Qual é o maior
defeito de Sara Montiel?
-Existe
verdadeiramente alguma coisa de que tenha medo?
-Medo,
nao. Tenho verdadeiro pánico à escuridao. Talvez porque quando era crianca me
assustavam, para que nao fizesse maldades, dizendo-me que me mandariam para o
quarto escuro dos ratos.
-Chegaram-lhe a
aplicar-lhe ese castigo?
-Sim,
mas poucas vezes…
-Nao tem medo
dos ratos?
-É
cuioso, mas nao me assustam… Acho-os até uns bichinhos simpáticos, vendo-os à
luz do dia… Na escuridao, aterram-me… Se nao os vejo e só pressinto a sua
presenca, dao-me a sensacao de que vêm contra mim elefantes furiosos.
-Que passatempos
preferidos tem?
-A
pintura apaixona-me… Admiro os grandes Mestres e… nos momentos libres que a
mina profissao me consente, gosto de ‘sujar’ telas…
-Quantos quadros
já pintou?
-Nao
muitos… Mas já fi zuma exposicao na mina casa de Madrid para os amigos…
-E que disseram
dos seus quadros?
-Dividiram-se
as opinioes…
-Quantas horas
dorme quando nao tem filmagens?
-Todas
as que posso… Dez ou doze…
-E quando
trabalha?
-Poucas…
Seis ou sete apenas.
-Qual é o seu
actor preferido?
-Já
morreu, mas há-de ser sempre o meu ídolo –Gary Cooper, com quem interpretei
‘Vera Cruz’ e de quem guardo uma recodacao maravilhosa como actor e como
companheiro.
-Porque razao os
seus filmes têm sempre como ambiente épocas passadas?
-Eu
nao sei… Ao que parece, ese facto deu origen ao boato de que só uso vestidos
compridos porque tenho as pernas tortas… Ora, faca favor de ver, e de dizer a
verdade na sua entrevista…
-Sim, estou a
ver e acho-as perfeitas sob todos os aspectos… Mas diga-me: qual é o seu cantor
favorito?
-Victorio
de Los Angeles… É a voz mais maravilhosa que ouvi na mina vida. É simplesmente
sensacional.
-Em crianca era
boa estudante?
-Oh,
nao, fui muito má para estudar…
-Se o cinema
fosse um curso, até onde teria chegado?
-Nao
imagino.
-Que género de
perfumes usa?
-Nenhum
género…
-Que utiliza
para ficar tao bonita?
-Agua
fresca e sabao, mais nada.
DOIS DIAS MAIS TARDE (AO TELEFONE)
-Por favor, a
‘señorita’ Montiel.
-Um
momento, vou ligar…
-‘¿Dígame?’
-Boa noite, sou
Fernando Morer Alcântara.
-Encantada,
Sr. Alcântara.
-Telefono-lhe
sòmete para a felicitar pelo seu éxito pessoal e pelo seu filme.
-‘Muchas
gracias, muy amable’. Quer que lhe diga uma coisa?
-Sim, por favor.
-Tinha
a certeza de que me telefonaria.
-Pode saber-se
porquê?
-Uma
‘corazonada’. E como vê nao faltou…
-Quando parte,
Sara?
-Esta
mesma noite.
-Desejo-lhe entao
uma feliz viagem.
-Obrigado,
Fernando. Ver-nos-emos em breve. Voltarei para fazer dois filmes em Barcelona.
-Adeus, Sara, e
felicidades.
-Obrigado.
Êxitos.
-Desliguei o
telefone com certo nervosismo. Saí da cabina como um autómato. Diante de um
cálice de conhaque pensei quanto agradável é a vida de um jornalista. E com
esta ideia regressei a casa. Lamento nao poder contá-la aos meus leitores, mas
os segredos do coracao nao se revelam…
FERNANDO MORRER ALCÂNTARA
Fotos: JOSÉ ENRIQUE PUENTE
LA FOTO LXXIV
CELEBRANDO LOS 50 AÑOS DE 'LA BELLA LOLA'
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